Insônia: causas, consequências e tratamento

Quem é que não gosta de dormir, não é? Mas a parte do dia que é destinada a recarregar as energias não é igual para todo mundo. Existem muitas pessoas que sofrem de insônia e não conseguem dormir ou não conseguem sustentar um sono prolongado. Mais quais são as causas da insônia, você sabe?

Não existe apenas um fator que determina que a insônia vai aparecer. As causas vão desde fatores biológicos, como doenças pré-existentes e idade, até hábitos e comportamentos. Além disso, esse distúrbio pode acontecer de forma isolada, mas é, também, uma condição crônica em muitas pessoas.

Quem sofre as consequências da insônia sabe o quanto isso atrapalha não só o sono, como também o dia dia. E veja só que impressionante: a Organização Mundial da Saúde estima que quase metade de toda a população do mundo tem insônia. No Brasil, esse índice fica em torno de 40%. ¹

Será que você é uma dessas pessoas? Será que a sua insônia vem de problemas naturais ou é resultado de uma vida agitada e cheia de preocupações? Quer saber o que fazer para voltar a ter noites bem dormidas? Então, você pode encontrar as respostas a seguir! Continue a leitura.

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Quais são as causas da insônia?

É comum que, aos primeiros sinais de insônia a gente imagine o que é que está nos tirando o sono. A isso, normalmente atribuímos o estresse como causa. Mas as causas da insônia vão muito além e, a seguir, falaremos de cada uma delas. 2,3

Causas da insônia relacionadas a transtornos mentais

  • Depressão: a pessoa que tem depressão pode dormir muito ou não dormir nada. Ou seja, a insônia é um dos sinais dessa doença, mas não acontece sempre..
  • Estresse: o estresse pode vir de uma mente cheia, como, por exemplo, quando estamos estudando demais ou trabalhando demais. Mas também pode ser resultado de algum trauma ou acontecimento marcante. E as razões do estresse, em geral, ocupam tanto a nossa cabeça à noite, que acabamos perdendo o sono. O estresse noturno também pode vir de um fator externo: se a pessoa com quem você dorme se mexe demais ou ronca demais e faz você perder o sono; ou se o seu vizinho faz barulhos demais à noite.
  • Ansiedade: tanto a ansiedade grave como aquela que é comum do dia a dia podem causar insônia.
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Causas da insônia relacionadas aos hábitos diários

  • Mudanças na rotina: quando mudamos nossos horários de trabalho ou viajamos para um lugar com horário diferente, nosso ritmo cardíaco e o equilíbrio sono-vigília são alterados. E, assim também, a qualidade do sono muda.
  • Hábitos ruins na hora de dormir: se fazemos atividades muito estimulantes antes de dormir ou dormirmos e acordamos em horários diferentes todos os dias, podemos também ter insônia.
  • Consumo de bebidas que tiram o sono: assim como o café, energéticos e outras bebidas comuns no dia a dia podem nos levar à falta de sono. Alguns chás, refrigerantes à base de cola e até mesmo o álcool podem ser vilões de noites tranquilas.
  • Uso de nicotina: e não é só o cigarro. Existem vários produtos feitos à base de tabaco. Além de apresentar perigo para o sono, o tabaco é, de fato, predominantemente nocivo. Como esses produtos agem como estimulantes, aquela máxima de “fumar para relaxar” acaba sendo uma contradição.
  • Comer muito tarde: não é que esse hábito faz mal, mas uma refeição pesada, com excesso de gorduras e carboidratos, feita perto da hora de dormir pode deixar o corpo bem desconfortável e sem conseguir relaxar.
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Insônia: causas que têm a ver com seu estado de saúde

Infelizmente, a insônia também pode ser resultado de alguma condição de saúde. A seguir, uma lista de doenças que frequentemente provocam esse distúrbio do sono: 2,3

  • Câncer de qualquer tipo.
  • Parkinson.
  • Alzheimer
  • Acidente vascular cerebral (AVC)
  • Distúrbios na tireóide
  • Refluxo
  • Doenças do pulmão
  • Insuficiência cardíaca
  • Artrite
  • Fibromialgia
  • Apneia (que é outro tipo de distúrbio do sono)

Grupos e fatores de risco para insônia

Além das doenças citadas, algumas pessoas podem ser parte de algum grupo de risco, podendo desenvolver o problema de insônia mais facilmente. As mulheres, por exemplo, tendem a dormir pior por conta das frequentes mudanças hormonais. Além disso, a situação  pode piorar durante os meses de gravidez e também da menopausa. ²

Outro grupo que também precisa de mais atenção no sono são os idosos, já que a vulnerabilidade aos problemas de saúde atrapalham seu descanso noturno. ²

Igualmente, quem sofre de estresse pós-traumático ou tem transtornos mentais está propenso a ter o sono desregulado. Pessoas que estão passando por uma fase de estresse ou cobranças também podem ter insônia, porém, nesses casos costuma ser temporário. ²

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Os tipos de insônia

Como dissemos anteriormente, a insônia pode ser algo pontual, que acontece por algo do momento. Ou ela pode ser crônica e o paciente sofre do vai e vem do distúrbio.

Nos casos mais leves, chamados, portanto, de insônia transitória, passamos alguns dias perdendo o sono facilmente. Geralmente é uma ansiedade passageira por algo que está para acontecer ou estamos passando por um momento complicado na vida. Além disso, podemos ser acometidos desse tipo de insônia por conta de alguma mudança no modo de dormir. Pode ser alguma mudança de horário que ainda não nos acostumamos, ou dias de muito frio ou muito calor que nos deixam inquietos. E fatores físicos, muitas vezes ignorados, como a qualidade do colchão e do travesseiro, precisam ser levados em conta. E, quando pegamos no sono, a qualidade pode ficar irregular e com momentos de confusão. 4

Existe também a insônia aguda, que é muito parecida com a transitória, porém, dura mais tempo. Pode acontecer, por exemplo, com pessoas que acabaram de passar por um momento marcante, como a morte de um parente, ou o término de uma relação. 4,5

A mais preocupante é, portanto, a insônia crônica. Esse tipo atinge, principalmente, a população mais adulta. Nesses casos, é essencial procurar ajuda médica, pois isso pode ser um sinal de que ela vem de causas mais perigosas. Assim, você vai saber exatamente o que, porquê e como tratar. Fique atento ao sinal de alerta da contagem de dias. A partir de 20 dias sem dormir direito, já é considerado uma insônia crônica. 4,5

Como tratar a insônia?

Um dos primeiros passos para começar o tratamento é buscar um especialista do sono. Exames comuns para esses casos, como a polissonografia e o mapeamento cerebral podem trazer respostas. Além disso, a consulta a um otorrinolaringologista pode ajudar a investigar se os problemas do sono são de origem respiratória.

Como vimos até aqui, a insônia, é, de fato, muito mais uma consequência do que um problema. Por isso, para tratar e curar a insônia é importante, primeiramente, tratar as causas. Esses tratamentos podem ser uma simples mudança nos hábitos, como criar uma rotina de sono mais adequada, fazer exercícios físicos, parar de fumar, fazer corretamente a higiene do ambiente do sono (eliminando ou reduzindo os efeitos de luzes e sons) e regular a alimentação. 5

Entretanto, nos casos de insônia crônica ou quando as mudanças dos hábitos não fizerem efeito, o seu médico poderá receitar algum tipo de medicamento. 5

Você também pode, igualmente, tentar terapia cognitivo-comportamental. Com ela você vai aprender a fazer a higiene do sono, técnicas de relaxamento e estímulos para manter a vigília. 5

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Dicas práticas para combater a insônia

Confira o que você pode fazer para melhorar a saúde do seu sono e combater as causas da insônia: 5,6

  • Dormir uma média de 7 a 8 horas por noite. Então nem mais, nem menos.
  • Ir para a cama, de preferência, quando, enfim, já estiver com sono.
  • Evite produtos com cafeína, mesmo se for medicamento, próximo da hora de dormir.
  • Embora seja quase irresistível, evite as sonecas durante o dia.
  • Fazer sexo antes de dormir também ajuda o corpo a relaxar, já que o orgasmo nos deixa sonolentos.
  • Distrair-se com atividades calmas antes de dormir, como por exemplo, conversar, ler, desacelerar são algumas dicas que podem funcionar.
  • Se você demorar mais de meia hora sem conseguir dormir, levante e passe um tempo fora da cama. Quando ficamos na cama sem sono, a ansiedade aumenta.
  • Utilizar colchões adequados. O ideal é que eles não sejam nem duros demais nem macios demais.
  • Tomar um copo de leite morno antes de dormir libera um tipo de aminoácido que relaxa os músculos.
  • Se estiver tomando algum medicamento com frequência, converse com o médico para saber se o remédio tem algum ingrediente forte como a cafeína.
  • Mantenha seus horários de dormir mesmo nos finais de semana.
  • Evite ter relógios dentro do quarto. Além de fazerem barulho ou emitirem luz, a contagem do tempo pode gerar mais ansiedade.
  • Não levar celulares, notebooks ou tablets para a cama antes de dormir. Os sons e as luzes emitidas por eles podem perturbar o sono.

As consequências da insônia

Todas essas dicas e informações são muito importantes para combater a insônia, afinal, ela não é apenas uma coisa inconveniente, mas um distúrbio da saúde. Quem tem insônia, geralmente sofre em situações em que é necessário que a nossa mente esteja focada e concentrada.

Os estudantes passam, então, a ter um desempenho menor do que o esperado; o reflexo fica mais lento e, dependendo do que estamos fazendo, corremos o risco de provocar acidentes. A falta de sono também nos faz engordar e até ficar obeso; ficamos mais irritados, fazendo com que as pessoas ao nosso redor fiquem incomodadas com a nossa presença. Além disso, também corremos o risco de adquirir doenças de longo prazo, como diabetes, hipertensão e problemas cardíacos. Também há o risco de nos envolvermos em atividades viciosas, como o excesso de bebidas e drogas.

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Existe a cura para a insônia?

Todos nós podemos alcançar a potência máxima da qualidade do sono. Sendo assim, dá pra dizer que existe a cura para a insônia. O mais importante é prevenir, mantendo  hábitos saudáveis, para manter uma boa qualidade do sono e desfrutar desse momento prazeroso e importante do nosso dia a dia.

Além disso, a necessidade de tempo de sono varia muito de pessoa para pessoa. Tem quem passe bem o dia dormindo menos que a média de 8 horas e tem quem durma muito mais, como os adolescentes. Fique atento aos sinais que o seu corpo dá sobre quanto tempo ele precisa dormir. E não fique resistente quando bater o cansaço. Sua saúde agradece!

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Até mais e bons sonhos! ?


Colaborou com este artigo:

Dr. Ricardo Hideki Nozuma

CRM SP: 108088


Referências bibliográficas e a data de acesso:

1. EMSERH – 09/12/2020

2. Minha Vida – 09/12/2020

3. Hospital 9 de julho – 09/12/2020

4. Unimed Fortaleza – 09/12/2020

5. Drauzio Varella – 09/12/2020

6. Drauzio Varella – 09/12/2020