Sinais de desidratação: Aprenda a reconhecer os sintomas

sinais de desidratação

Nessa época do ano, os riscos da desidratação e suas complicações tendem a aumentar. Idosos e bebês são, sem dúvida, os mais vulneráveis. Aprenda a reconhecer os sinais de desidratação que o nosso corpo dá e saiba como lidar com esse problema.

Desidratação é coisa séria

Recentemente a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo informou, por meio de nota, que entre agosto e outubro  de 2019  foram registradas pelo menos 146 internações por desidratação nos hospitais estaduais, isso gera um alerta importante, pois com a chegada do verão, a tendência é que o número aumente ainda mais. ¹

A desidratação é uma causa relativamente comum de complicações em crianças entre um e quatro anos de idade, mas também não é rara idosos acima dos 70 anos. O quadro é caracterizado pela baixa concentração não só de água, mas também de sais minerais e líquidos orgânicos no corpo, a ponto de impedir que ele realize suas funções normais. Por isso, essa é uma doença potencialmente grave. ²

A enfermidade pode ser secundária a diarreias agudas e outros episódios onde se perca muito líquido. Muito embora possa afetar pessoas de todas as idades, ela é mais perigosa para os recém-nascidos e idosos. Os sinais de desidratação podem incluir alguns sintomas, como por exemplo: ¹

  • Fraqueza;
  • Pressão baixa;
  • Cansaço;
  • Sonolência;
  • Tonturas;
  • Convulsões;
  • Coma.
pessoa com muita sede desidratação
Fonte: Pexels – Ketut Subiyanto

Causas da desidratação

Nosso corpo elimina água e sais mineiras o tempo todo, sendo assim, isso acontece por meio da nossa respiração, suor, urina, fezes e lágrimas, e se a água perdida não for reposta adequadamente, o quadro pode evoluir para desidratação. Mas isso geralmente só acontece quando a ingestão de líquidos não é suficiente para repor o líquido perdido.

A doença pode surgir como resultados de quadros de vômitos, diarreias e febre, e também nos dias de muito calor, quando há transpiração excessiva. Os portadores de diabetes são particularmente mais propensos a ter desidratação, pois a doença favorece o aumento do número de idas ao banheiro e o descontrole no uso de diuréticos. ²

A água é responsável por nutrir todas as células do nosso corpo, e é isso que mantém nosso corpo funcionando de forma adequada e saudável, garantindo que todas as funções do nosso organismo sejam devidamente cumpridas. Por isso, quando perdemos muita água, nosso corpo fica fora de equilíbrio e a desidratação se instala.

A doença pode ser classificada segundo o grau de gravidade: leve, moderada e grave. Nos quadros severos, a desidratação pode até mesmo levar à morte. ³

Sinais de desidratação leve e moderada 2,3

  • Sede exagerada;
  • Boca e pele secas;
  • Olhos fundos;
  • Pouca ou pequena produção de lágrimas;
  • Diminuição do suor corporal;
  • Dor de cabeça;
  • Sonolência;
  • Tontura;
  • Fraqueza;
  • Cansaço;
  • Aumento da frequência cardíaca.

Sinais de desidratação grave ²

  • Queda de pressão arterial;
  • Perda de consciência (desmaios);
  • Convulsões;
  • Coma;
  • Fadiga extrema ou sonolência;
  • Irritabilidade e confusão;
  • Boca, pele e membranas mucosas muito secas;
  • Pouca ou nenhuma micção – toda a urina que é produzida será mais escura do que o normal;
  • Pele seca e murcha, sem elasticidade
  • Batimento cardíaco rápido;
  • Respiração rápida;
  • Febre;
  • Delírios;
  • Falência de órgãos.

Sintomas de desidratação em bebês

Um dos sintomas mais frequentes de desidratação em bebês é a moleira afundada, os recém nascidos tendem a desidratar porque é mais comum que apresentem quadros de febre, diarreia, vômitos e outras infecções que podem favorecer a perda de líquidos. Como o organismo da criança tem uma proporção maior de água, qualquer perda que não é corrigida pode levar à desidratação. 2,3

desidratação em bebês
Fonte: Pexels – Rene Asmussen
  • Bebê dorme muito mais que o normal;
  • Pouca força para mamar;
  • Afundamento da moleira;
  • Olhos fundos;
  • Fraldas secas há mais de 6 horas ou com urina amarela e com cheiro forte;
  • Pele, boca ou língua seca;
  • Lábios rachados;
  • Choro sem lágrimas;
  • Criança demonstra muita sede;
  • Comportamento fora do habitual, irritabilidade ou apatia;
  • Alteração dos níveis de consciência, os pais têm dificuldades para acordar o bebê.

Caso perceba um conjunto desses sintomas logo após um episódio de diarreia, vômito ou na presença de alguma doença viral, mantenha a calma, e procure um hospital, tente amamentar o bebê no caminho para o atendimento médico e se a criança já estiver bebendo outros líquidos, ofereça também água. 4

Quantidade de Sais de Reidratação Oral necessários 4

Apenas um médico poderá prescrever a quantidade de sais de reidratação oral necessários para a criança, mas geralmente a indicação vai variar de acordo com a gravidade da desidratação, sendo o mais  frequentemente indicado:

  • Leve: 40-50 mL/kg de sais;
  • Moderada: 60-90 mL/kg a cada 4 horas;
  • Grave: 100-110 mL/kg diretamente na veia.
Homem idoso precisando beber água
Fonte: Pexels – Barbara Olsen

Sinais de desidratação em idosos 5

Como já comentamos, os idosos também têm mais chances de protagonizar um quadro de desidratação, os sintomas nessas pessoas costumam ser os mesmos das pessoas adultas, mas como eles podem ter mais dificuldades para relatar seus sintomas, é sempre importante prestar atenção redobrada:

  • Observe se o comportamento da pessoa muda bruscamente, assim como seu humor;
  • Verifique se ela está indo ao banheiro com a frequência esperada;
  • Preste atenção se algo muda na frequência do sono ou se por exemplo, ela está demonstrando mais sonolência que o normal;
  • Sempre que possível, monitore sua pressão arterial e esteja atento as mucosas e a aparência geral da pele da pessoa idosa, pois pele desidratada pode ser um sinal.

Tomar cuidados especiais com a hidratação da pessoa idosa é muito importante, pois elas são mais vulneráveis e também desidratam com maior facilidade. A desidratação está relacionada não somente à pouca ingestão de líquidos, por exemplo, às vezes, a pessoa até bebe água dentro do que é considerado comum, mas as condições frágeis de saúde dessa pessoa pode favorecer o quadro.

A utilização de medicamentos que podem induzir o usuário a urinar mais vezes, liberando um volume ainda maior de líquido todos os dias, por exemplo, também podem ser uma causa. Nos idosos, a desidratação pode gerar um maior risco de quedas, infecções no trato urinário, doenças dentais, distúrbios broncopulmonares, pedras nos rins, câncer, constipação e perda da função cognitiva.

Dicas para prevenir a desidratação em idosos

  • Se você convive com um idoso, incentive a ingestão de líquidos ao longo do dia, mesmo se ele não estiver com sede.
  • Evite copos grandes e cheios. Prefira copos pequenos e com pouca quantidade, várias vezes ao dia.
  • Mantenha as bebidas que eles mais gostam próximas, de preferência em copos inquebráveis fáceis de segurar e difíceis de virar.
  • Ofereça também alimentos ricos em líquidos como frutas aquosas (melancia, melão e laranja), sopas, picolés ou gelatinas.
  • Caso desconfie que uma pessoa idosa pode estar apresentando sinais de desidratação, procure um profissional de saúde.
bebendo a água para evitar desidratar
Fonte: Pexels – Andrea Piacquadio

Tipos de desidratação 3

Além da classificação por gravidade, a desidratação também pode ser dividida por tipo de nutrientes perdidos, como por exemplo:

Desidratação isotônica

A desidratação isotônica significa a perda de água e sais minerais na mesma proporção. Esse tipo de desidratação é decorrente da perda de volume sanguíneo (após um quadro de diarreia, por exemplo).

Hipertônica

É a desidratação que acontece com perda de água e aumento do sódio no sangue. Esse tipo de desidratação é chamado de secundária, pois geralmente acontece devido a um problema de saúde pré existente, como alguns tipos de diabetes ou a doenças mais graves, como queimaduras extensas ou febres prolongadas.

Hipotônica

Esse tipo de desidratação está relacionado à perda de sal e consequente diminuição do sódio no sangue. Esse quadro geralmente é causado pelo uso abusivo de diuréticos que fazem o rim excretar o excesso de sal, ou em portadores de problemas renais, por exemplo.

Tratamento para desidratação

O tratamento da desidratação irá depender tanto do tipo de desidratação, quanto da gravidade. A pessoa desidratada também deve ser avaliada, pois o tratamento é diferente para um adulto, idoso, bebê ou criança, por exemplo.

Para o tratamento da desidratação nos primeiros seis meses de vida da criança, o leite materno é o tratamento mais indicado. Nos adultos e idosos, quando o caso de desidratação é leve ou moderada, beber muita água filtrada ou fervida em goles pequenos e intervalos curtos pode ser o suficiente para reidratar o organismo. É importante também manter a pessoa em ambiente com temperatura agradável para evitar a perda de água pelo suor.

Nos casos de desidratação grave, que podem ocorrer, de fato, de uma hora para outra, a reidratação deve ser feita com o soro oral distribuído gratuitamente nos postos de saúde e à disposição nas farmácias. Você pode preparar o soro em casa e ele tem validade de 24 horas depois de diluído em água. ²

Receita de soro caseiro

Se houver dificuldade para conseguir o soro para a reidratação nos postos de saúde, também é possível, então, preparar o soro caseiro, nas seguintes proporções:

1 litro de água filtrada ou fervida, uma colher rasa de chá de sal e duas colheres rasas de sopa de açúcar.

Outras formas de tratar a desidratação leve a moderada

  • Bebendo pequenas quantidades de água;
  • Ingerir bebidas isotônicas;
  • Chupar picolés feitos de sucos de frutas e bebidas isotônicas;
  • Chupar cubos de gelo.
sinais de desidratação 2
Fonte: Pexels – Elle Hughes

Se a desidratação aconteceu por exposição ao calor excessivo, por exemplo, algumas dicas podem ajudar:

  • Remova qualquer excesso de roupa e afrouxe as que não podem ser retiradas;
  • Áreas com ar-condicionado, por exemplo, são ideais para ajudar a regular temperatura do corpo, pois num ambiente ameno, a tendência é que ela volte ao normal, dessa forma, se quebra o ciclo de exposição ao calor;
  • Se não houver nenhum ambiente com ar condicionado disponível, aumente o resfriamento por evaporação, colocando a pessoa na sombra, você também pode ligar um ventilador não muito próximo à pessoa;
  • Outra dica é usar uma toalha molhada em torno da pessoa, pois isso deve ajudar com o resfriamento da temperatura;
  • Se possível, use um borrifador para pulverizar água em temperatura ambiente nas superfícies expostas de pele para ajudar com a perda de calor por evaporação;
  • Evite expor a pele ao frio excessivo, como compressas de gelo ou água gelada pois isso pode fazer com que os vasos sanguíneos da pele se contraiam, reduzindo em vez de aumentar a perda de calor.

A exposição ao frio também pode causar tremores, o que irá aumentar a temperatura corporal, por isso, se usar o ar condicionado ou ventilador, certifique-se de que não haja uma queda tão brusca na temperatura, pois isso pode causar o efeito oposto ao esperado.

Tratamento médico para os sinais de desidratação

O tratamento no departamento de emergência é recomendado no caso de desidratação grave, por isso verifique os sintomas que listamos no início desse artigo, e se necessário, procure ajuda médica.

No hospital, o mais provável é que os médicos procurem inicialmente restaurar o volume de sangue e fluidos corporais, e depois disso investiguem a causa da desidratação, pois isso poderá evitar novos episódios. O tratamento no hospital provavelmente irá buscar:

  • Resfriar o corpo do paciente, se a causa for exposição excessiva ao calor;
  • Fazer a reposição de líquidos via oral se não houver náusea e vômitos ou desidratação excessiva. Caso contrário, vão procurar administrar soro na veia.
  • Fazer exames de sangue e urina para entender a origem da desidratação.

Se o paciente melhora, pode ser, então, enviado para casa, de preferência sob os cuidados de amigos ou familiares que podem ajudar a monitorar sua condição. Se permanecer desidratado, confuso, febril, com sinais vitais anormais persistentes ou sinais de infecção, pode, no entanto, precisar ficar no hospital para tratamento adicional.

Prevenindo a desidratação

A melhor forma de se prevenir contra a desidratação e suas complicações é, sem dúvida, beber a quantidade de água recomendada para as suas necessidades diárias. Se você quer descobrir dicas incríveis para não se esquecer de beber água, aproveite e baixe nosso e-book, assim você não corre o risco de ter sinais de desidratação que pode ser tão prejudiciais à saúde.

Referências bibliográficas e datas de acesso

1 – R7 – 26/01/2020

2 – Drauzio Varela – 27/01/2020

3 – Minha Vida – 28/01/2020

4 – Tua Saúde – 30/01/2020

5 – Ministério da Saúde – 30/01/2020