Falta de testosterona no homem – o que isso significa?

Conhecido por ser um hormônio que influencia várias coisas no sexo masculino, a testosterona – ou a falta dela no homem – pode ter diferentes origens e levar a variados problemas. Como sua concentração é 10 vezes maior nos homens, é importante saber, de fato, quais são todos os fatores internos e externos que estão ligados a ela.

A testosterona, na prática, faz com que, desde muito novo, o homem vá, de fato, ganhando as características do próprio sexo. É ela quem faz crescer os pelos no rosto, no peito, nas axilas e no púbis; desenvolve a musculatura e os ossos; dá ao corpo mais força física; engrossa a voz; participa da fertilidade e também forma e equilibra o desejo e o desempenho sexual. ¹

Assim, a falta de testosterona no homem, na verdade, não é a falta total, mas sim uma diminuição em relação aos níveis normais. Esses níveis variam de acordo com a idade, com os hábitos de cada pessoa e também da genética de cada um. 2,4

Portanto, independente se você é novo ou já se encontra em idade mais avançada, tem sempre alguma coisa que você precisa saber sobre a testosterona. E é isso que você confere abaixo.

Fonte: Envato – Foto de Gpoint Studio

Nível de testosterona por idade

No homem, a produção de testosterona em grande escala começa na fase da puberdade, ou seja, dos 10 aos 16 anos. É nesse momento que o garoto vê seu corpo mudar, começando na adolescência, até que se torne um homem adulto. Como a testosterona é produzida nos testículos – que nessa fase aumentam de tamanho – o corpo masculino chega à capacidade máxima de sua função reprodutora. Ou seja, dali em diante, o homem já pode ter filhos. 5,6

Então, os níveis de testosterona permanecem, de uma maneira geral, altos até os 40 anos. E é da própria natureza masculina que, com essa idade, se inicie uma queda gradual. A falta de testosterona no homem (que, na verdade, é apenas a diminuição) é cerca de 1% maior a cada novo ano depois da quarta década de vida. 7

Na falta de testosterona suficiente no homem, o que acontece?

É notável como um número significativo dos homens depois dos 40 anos começa a mostrar sinais de que o corpo não tem mais o mesmo vigor dos tempos da juventude. E os sinais vão muito além dos cabelos que começam a rarear e/ou a branquear. É então, que se inicia o que popularmente chama-se de menopausa masculina, ou a andropausa – em referência ao período em que a mulher para de menstruar. Mas, como não há pausa, o termo correto é Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino ou DAEM ou hipogonadismo, e nada mais é do que o conjunto de sinais e sintomas decorrentes desta diminuição de testosterona. 8

Sintomas da queda de testosterona

  • Sonolência
  • Tristeza e melancolia
  • Dificuldade de concentração e raciocínio
  • Osteoporose
  • Falhas ocasionais de memória
  • Diminuição do desejo sexual
  • Menos ereções espontâneas noturnas ou matinais
  • Dificuldade de manter uma ereção por muito tempo
  • Cansaço e fraqueza muscular
  • Perda dos pelos corporais
  • Gordura abdominal
Fonte: Envato – Foto de Stiahailo Anastasiia

Falta de testosterona dá barriguinha de chope?

Acontece que o acúmulo de gordura abdominal é como um círculo vicioso dentro da questão da testosterona. Quanto mais peso o homem ganha, menor será o nível hormonal; e quanto menos testosterona é produzida no corpo maiores são as chances de engordar. Além disso, o volume extra na barriga que pode deixar muitos homens constrangidos, pode ser determinante para a saúde do coração. Por isso é muito mais que simplesmente uma questão de estética. 6

A gordura abdominal está relacionada com a síndrome metabólica, que é uma associação de pressão arterial elevada, níveis de glicose elevados, assim como dos triglicerídios, o colesterol HDL diminuído e a própria circunferência abdominal aumentada. Assim, homens portadores da síndrome metabólica têm um maior risco de doenças cardiovasculares, diabetes, sintomas urinários, problemas de ereção e baixa de testosterona. 9

Como resolver a falta de testosterona?

Se esta diminuição da testosterona (DAEM) estiver causando algum problema ao homem e, portanto, já foi confirmada laboratorialmente, existem maneiras seguras e eficazes de se fazer a reposição hormonal.

O diagnóstico é feito pela associação do quadro clínico e duas dosagens anormais do nível sanguíneo da testosterona total. Assim sendo, trata-se de um ato médico, no qual serão feitas todas as colocações de efeitos benéficos e os possíveis paraefeitos. 10

Ou seja, a reposição da testosterona não é para quem quer, mas sim para quem precisa.

Fonte: Envato – Foto de Fxquadro

Como aumentar a testosterona naturalmente?

Como dissemos até aqui, a diminuição da testosterona é inevitável. Por isso, as dicas a seguir devem ser seguidas como hábitos para a vida, e não apenas para quando chegar aos 40.

Durma bem

Com toda a certeza, a relação da qualidade do sono com a testosterona não é à toa. Se, quando acorda, é normal que o homem tenha uma ereção espontânea, acontece dessa forma por um pico de produção de testosterona que ocorre justamente pouco antes de acordar.  2, 3, 12

Coma alimentos com gorduras boas

Comece, por exemplo, trocando o óleo de soja por óleo de coco ou azeite de oliva. Além de serem mais saudáveis, possuem vários outros bons acréscimos à saúde. Outra troca que vai, de fato, enriquecer a alimentação é abandonar a margarina – que tem muita gordura saturada – por manteiga clarificada ou até mesmo a manteiga natural. Veja mais opções: 9

Alimentos com gorduras boas

  • Abacate
  • Castanhas (amêndoas, nozes, amendoim, avelã, castanha-do-Pará, etc.)
  • Peixes
  • Sementes (chia, linhaça, pepitas de girassol, etc.)
  • Chocolate amargo (a partir de 70% de cacau)

Faça exercícios físicos

Praticamente não há dúvidas dos benefícios gerais de se exercitar regularmente. Todo o corpo se beneficia. Inclusive, a produção hormonal. Mas como assim? O exercício físico induz o crescimento do músculo, que se hipertrofia. E essa produção de massa muscular também faz o corpo produzir mais testosterona.

Mas não estamos falando de nada muito intenso. Sessões periódicas de caminhada, corrida ou musculação são ideais para esse fim. 13

Estimule a sexualidade com regularidade

Se uma simples ereção aumenta o estímulo hormonal, imagine o que isso pode fazer a longo prazo. Uma vida sexual ativa é importante não só para a fisiologia normal do organismo mas também para a qualidade de vida das pessoas. 14

Fonte: Envato – Foto de Prostock Studio

Reduza o estresse

Estresse está relacionado com má qualidade de vida, saúde ruim e maior mortalidade, pois pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares e de depressão e diminuir a imunidade como um todo. 13

Principalmente, faça a si mesmo a pergunta: “O que me deixa irritado?” e depois “o que me acalma?”. Evite as situações que te fazem mal, e vá em busca da segunda resposta e, então, deixe que o seu corpo faça o resto.

Falta de testosterona no homem? Agora não mais

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Sendo assim, até a próxima!

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Colaborou neste artigo:
Dr. Carlos Teodósio Da Ros
Urologista – CRM/RS 16962

Referências bibliográficas:
  1. Bain J. The many faces of testosterone. Clin Interv Aging 2007, 2 (4) 567-76.
  2. Ewing LL et al. Assessment fo testicular testosterone production and Leydig cell structure. Environ Health Persp 1981; 38: 19-27.
  3. Vermeulen A. Environment, human reproduction, menopause and andropause. Environ Health Persp 1993; 101: 91-100.
  4. Wu FCW et al. Identification of late onset hypodonadism in middle aged and elderly men. NEJM 2010; 363: 123-35.
  5. Zirkin BR et al. Leydig cells, formation, funciton and regulation. Biol Reprod 2018; 99 (1): 101-11.
  6. Finkelstein JS et al. Gonadal steroids and body composition, strength and sexual function in men. NEJM 2013; 369 (11): 1011-22.
  7. Kaufman JM et al. The decline of androgens levels in elderly men and its clinical and therapuetic implications. Endocr Rev 2005; 26 (6): 833-76.
  8. Bertero EB. Recomendações em distúrbio androgênico do envelhecimento masculino. Sociedade Brasileira de Urologia 2017.
  9. Svartberg J. Epidemiology: testosterone and metabolic syndrome. Int J Impot Res 2007; 19 (2): 124-8.
  10. Khera M et al. Adult onset hypogonadism. Mayo Clin Proc 2016; 91 (7): 908-26.
  11. Perry JC et al. Anabolic steroids and cardiovascular outcomes: the controversy. Cureus 2020; 12 (7): e9333.
  12. Costa R et al. Subjective sleep quality, unstimulated sexual arousal and sexual frequency. Sleep Sci 2017; 10 (4): 147-53.
  13. Wood RI et al. Testosterone and sport: current perspectives. Horm Behav 2012; 61 (1): 147-55.
  14. Knight EL et al. Exogenous testosterone enhances cortisol and affective responses to social-evaluative stress in dominant men. Psychoneuroendocrinology 2017; 85: 151-7.