Sintomas de vaginite e 3 causas mais comuns para o problema

sintomas de vaginite

Corrimento, coceira, dor na vagina. É muito provável que você mulher, independentemente da idade, já tenha se queixado de um os mais desses sintomas ao menos uma vez na vida. Problemas comuns e frequentes, mas que muitas vezes são mantidos em silêncio. Para acabar de vez com esse tabu, hoje vamos falar sobre os sintomas de vaginite, suas causas e como é possível evitar o problema.

Uma coisa muito interessante sobre o tema: você sabia que estes três sintomas básicos estão entre as queixas que mais levam as mulheres ao ginecologista

Distúrbios vaginais ainda são um tabu

Vaginite, vulvite e vulvovaginite são termos utilizados pelos médicos para denominar a inflamações da região íntima feminina. Esses termos se relacionam a queixas comuns nos consultórios médicos. Mas porque ainda há tanto tabu na hora de falar de distúrbios vaginas?

Essa questão é algo para refletir. Afinal, é muito importante investigar todo e qualquer sintoma que lhe traga desconforto. Seja na região íntima ou em outra parte do corpo, não é mesmo?

O que são todas essas “ites”?

Vamos pelo começo! Em linguagem técnica, geralmente, as doenças cujo nome termina em “ite” são inflamações como, por exemplo, rinite, inflamação da mucosa nasal, e amigdalite, inflamação das amígdalas.

vaginite sintomas
Fonte: Envato – RossHelen

Agora, voltando ao nosso tema, a vaginite é uma inflamação da mucosa da vagina. A vulvite é uma inflamação da vulva (os órgãos genitais femininos externos). A vulvovaginite é uma inflamação simultânea da vulva e da vagina. ²

Esclarecida a diferença entre os termos, e para que as informações fiquem mais simples, neste texto nós adotamos a vaginite como uma denominação ampla das inflamações da região íntima feminina.

Secreções vaginais e indicativo de problema

Como comentamos lá no início do texto, o corrimento vaginal é um dos sintomas de vaginite. Mas, será que todo corrimento é indicativo de doença? A resposta é não!

Assim como outras partes do corpo, a vagina também produz secreções. Estas secreções podem ser diferentes conforme a idade e a fase do ciclo menstrual. Mas, no geral, é de cor clarasem odor.

As mulheres em idade reprodutiva tendem a produzir secreção clara e filante – como uma clara de ovo – no período de ovulação. As gestantes podem apresentar aumento de secreção vaginal – clara e sem odor – que pode ser confundida com perda de líquido amniótico. Já as mulheres que se encontram no período pós-menopausa apresentam secreção vaginal fluida de coloração amarelo clara, em pequena quantidade e sem odor

Sintomas de vaginite: quando desconfiar?

Estar atento às alterações fisiológicas do nosso corpo é fundamental para a identificação daquilo que pode sinalizar problemas de saúde.

cuidados vaginais sinais de problema
Fonte: Envato – RossHelen

Dentre os sintomas associados aos quadros de inflamação da mucosa vaginal estão:

  • Mudança na coloração, no odor ou na quantidade de secreção vaginal
  • Coceira ou irritação na região vaginal
  • dor ou desconforto durante a relação sexual
  • Dor ou desconforto ao urinar
  • Sangramento vaginal

Esses sintomas podem aparecer de maneira isolada ou combinada. Em alguns casos, a mulher não apresentará nenhum outro sintoma além da inflamação em si. Por isso, muitas vezes é difícil determinar a causa do problema, já que pode ser causado por uma série de fatores.

Apresento um ou mais dos sintomas de vaginite, como confirmo o diagnóstico?

As características da secreção vaginal podem auxiliar no diagnóstico sugerindo a causa. Mas é necessário fornecer mais informações ao médico para se chegar ao diagnóstico correto.

Dentre as informações que podem ser úteis ao médico podemos citar, por exemplo:

  • Em que momento do ciclo menstrual a secreção surge
  • Se é ocasional ou contínua
  • Como respondeu a tratamentos anteriores e qual o nome da medicação usada
  • Se causa coceira, ardor ou dor
  • Qual a sua coloração
  • Se há alguma ferida na região genital

É comum ainda que o médico pergunte sobre os métodos anticoncepcionais, se há dor depois do ato sexual, se a mulher já teve algum outro distúrbio vaginal anteriormente (tais como infecções, por exemplo) ou doenças de transmissão sexual e ainda se usa algum detergente para a roupa ou sabonete íntimo que possam provocar irritação.

Por fim, é possível que o médico também questione se o parceiro sexual apresenta sintomas ou algum membro da família sofre de comichões e se você pode ter usado a mesma toalha ou roupa que a pessoa com algum problema semelhante.

cuidados íntimos
Fonte: Envato – NomadSoul1

Algumas vaginites podem ser diagnosticadas apenas avaliando os sintomas, porém, em alguns casos, o médico pode solicitar exames com a finalidade de obter um diagnóstico mais preciso. Nesse caso, o exame mais comum é a coleta de uma amostra da secreção vaginal para análise em laboratório.

Causas da vaginite

A vaginite tem várias causas entre infecções e alergias, por isso, o sucesso do tratamento depende do diagnóstico preciso. Em relação às causas infeciosas estão mais comuns estão a candidíase vulvovaginal, com 17%-39% dos casos; a vaginose bacteriana, com 22%-50% dos casos; e a tricomoníase, com 4%-35% dos casos. Contudo, até 72% dos casos de vaginite acabam ficando sem diagnóstico definido. Vamos conhecer melhor cada uma delas: 4

Sintomas de vaginite causados por Candidíase

É uma infecção por fungos, geralmente candida sp.. Entre os seus sintomas, a candidíase provoca um corrimento branco espesso (semelhante ao queijo) que tem tendência a aderir às paredes da vagina, além de muita coceira e vermelhidão na região vaginal. Além disso, esse tipo de vaginite também pode causar vontade frequente de urinar.

A candidíase está entre as vaginites mais comuns em mulheres que têm baixa imunidade. Isso pode acontecer por conta de altos níveis de estresse, uso de medicamentos como corticoides ou antibióticos, diabetes e infecção pelo HIV. Os sintomas de vaginite por candida podem piorar durante a semana que antecede ao ciclo menstrual.

Sintomas de vaginite causados vaginose bacteriana

A chamada vaginose bacteriana é causada por bactérias que podem se multiplicar no interior da vagina, causando corrimento amarelado ou cinzento e odor forte (semelhante ao peixe) na região.

O odor causado pela vaginose bacteriana pode piorar principalmente após relações sexuais ou uso de sabão ou sabonetes na higiene íntima, pois ambos diminuem a acidez da mucosa vaginal, favorecendo a proliferação das bactérias.

Sintomas de vaginite causados tricomoníase

Uma infecção por Trichomonas vaginalis, um protozoário transmitido por relações sexuais sem proteção. Em relação aos sintomas de vaginite por tricomoníase, podemos destacar a presença de uma secreção branca, verde-acinzentada ou amarelada que pode ser espumosa. Também é comum que a secreção apareça pouco tempo depois da menstruação e apresente um odor desagradável. Costuma ser acompanhada de uma coceira intensa.

Com exceção da tricomoníase, a vaginite é causada por um desequilíbrio da flora vaginal que leva a um quadro inflamatório e consequente infecção. Além disso, o uso de antibióticos, mudanças hormonais (como a gestação, amamentação, menopausa), uso de duchas vaginais, espermicidas e relação sexual sem proteção são alguns fatores que favorecem essa mudança da flora vaginal.

É importante ressaltar que outras doenças podem causar sintomas semelhantes aos de vaginite, por isso, é fundamental a visita regular ao médico ginecologista.

A vaginite pode trazer complicações?

De modo geral, as inflamações vaginais não causam complicações sérias. No entanto, em mulheres grávidas, a vaginose bacteriana e a tricomoníase têm sido associadas a partos prematuros e bebês de baixo peso. Há indícios também de que as mulheres com tricomoníase ou vaginose bacteriana apresentam maior risco de contrair o HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis. 5

Tratamento e alívio dos sintomas de vaginite

Como vimos, as vaginites possuem diversas causas, assim, o tratamento específico depende da correta identificação do agente causador.

tratamento da vaginite e sintomas
Fonte: Envato – Prostock-studio

Por isso, é importante que nenhum medicamento ou creme vaginal seja utilizado sem prescrição médica, a fim de se evitar agravamento do problema.

Outros cuidados que podem auxiliam no alívio dos sintomas de vaginite são: 6

  • Manter a vulva limpa
  • Usar de roupas largas que permitam a circulação do ar
  • Evitar o uso de roupas íntimas de tecidos sintéticos, sando preferência as de algodão
  • Dormir sem roupa íntima, a fim de deixar a região mais arejada
  • Evitar uso de sabonetes perfumados, pois podem piorar quadros de irritação

Como evitar a vaginite

Agora que já falamos de sintomas, causas, tratamentos…você mulher deve estar se perguntando: É possível como evitar algo tão desconfortável como a vaginite?

A resposta é sim! Para evitar vaginites e outros distúrbios vaginais, a mulher pode tomar algumas precauções, como por exemplo: 7

  • Evitar usar calças apertadas em dias de calor
  • Dormir com roupas leves ou sem calcinha
  • Não usar absorventes internos por muitas horas seguidas
  • Não fazer uso de duchas vaginais
  • Evitar uso de antibióticos desnecessariamente
  • Não manter relações sexuais sem uso de preservativos

Vale ressaltar que o uso de preservativos é importante, ainda, para evitar doenças sexualmente transmissíveis, como HIV, hepatite B e C, gonorreia, HPV e sífilis.

Por fim, vale lembrar que problemas como as vaginites não ocorrem apenas em mulheres adultas. Embora a causa possa ser desconhecida, não é incomum que meninas em idade próxima do início da puberdade apresentem esses problemas. Mais um motivo para manter atenção aos seu corpo e aos sinais de problemas. 8

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Colaborou com esse artigo:
Dra. Karen Rocha De Pauw
Ginecologista – CRM-SP 106923
Site: www.doutorakaren.com


Referências bibliográficas e datas de acesso:

1 – Saúde Abril – 23/02/2020

2 – MDS Manual – 23/02/2020

3 – Tua saúde – 23/02/2020

4 – Sanar Med – 24/02/2020

5 – Saúde com dieta – 24/02/2020

6 – Hap Vida – 24/02/2020

7 – Banco da saúde – 26/02/2020

8 – Opas.org – 26/02/2020